sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O LAR- VISTO NA POESIA POPULAR


Doce é lar, meigo o ninho
que o homen faz com canseira,
De maneira a ter velhinho
toda a prole á sua beira!

Mas os filhos, partem, voam
vão longe fazer seus ninhos,
Na solidão que povoam
ao deixar seus pais velhinhos!

A estes, seam o carinho
daqueles a quem criarom,
Só lhes resta novo ninho
com o qual nunca sonharam!

Não lhes falte ai o pão
o agasalho,os bons tectos,
Falta-lhes, sim, afeição
vinda de filhos e netos!

E o velho, assim é cigarro
fumado, lançadofora,
Por este mundo bizarro
que o chupou e que o ignora!

E quantas veces a ponta
já fumada se aproveita,
P'ra ser chupada sem conta
até que fique desfeita!

Melhor fora a muitos velhos
ter ficado p'lo caminho,
Do que aos filhos de joelhos
pedir por esmola, um carinho!

Depois do mortos são santos
quando vivos aos baldões,
Todos nós sabemos quantos
nos fazem lembrar Camões!

E diz o rifão de fama
jovens são,velhos serão,
E se aos pais não serão,
E se aos pais não derem cama
boa cama, não terão...

Este poema foi feito e baseado
num caso veridico no anode
1998.Por:José Bautista Vaz
Pereira

Teve o 1º Prémio no concurso
de Quadras populares no ano 2000,
pela Junta de Freguesia da Penha
de França- Lisboa.

Publicado por Alconero


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